O Natal perfeito é uma ilusão?
O Natal perfeito é uma ilusão? Com frequência criamos ideais maravilhosos sobre a época natalícia ou memórias de outros tempos, quando tudo era caloroso e deslumbrante. Muitas vezes tendemos a todo o custo recriar o sentimento dos Natais passados. Mas estas imagens na grande maioria das vezes são mais fantasiadas do que reais.
São muitas as emoções que ocorrem durante esta época festiva. Por um lado, existem sentimentos de felicidade, que podem despoletar sentimentos de afeto e de proximidade. E por outro lado, podem surgir outras emoções mais difíceis de gerir: tristeza, solidão, sentimentos de perda, de saudade do passado, depressão, tensão familiar e conflitos, irritação e sentimentos de rejeição.
Deixo-vos algumas sugestões para gerir as emoções que surgem nesta altura do ano:
– Não fique a ruminar sobre aquilo que falta ou sobre quem está ausente. Foque-se naquilo que pode celebrar (família, saúde, amigos…). Pessoas ausentes não precisam de serem esquecidas. Pode experimentar, fazer um brinde ou dedicar algumas palavras atenciosas, mas não prolongue demasiado.
– Decida aquilo de que precisa e depois assegure-se de que obtém isso. Se não for possível estar com a família ou com todos os familiares, convide amigos para serem companhia e proporcionarem apoio.
– Se vai ficar sozinho, partilhe o Natal com aqueles que estão na mesma condição ou conte aos seus amigos a sua situação e pergunte-lhes se pode juntar-se a eles.
– Não entre em conflitos familiares, fique afastado e mantenha-se como observador. Observe a dinâmica familiar sem fazer juízos de valor. Evite reuniões de família se achar que os seus familiares são demasiado rabugentos ou desagradáveis. Ou opte por fazer uma visita rápida.
Lanço um desafio: este ano não se esforce por ter “o Natal perfeito”, aceite-o e desfrute-o tal como ele é.
Tânia da Cunha
Psicóloga Clínica|Psicoterapeuta