A travessia nas áreas movediças da depressão
Todos nós, de alguma forma, temos assistido, senão convivido, com um número cada vez maior de pessoas que sofrem de um sentimento de vazio profundo, falta de amor-próprio, sentimentos de insegurança, falta de capacidade para enfrentar os seus problemas, tendências autodestrutivas, falta ou excesso de apetite, insónias, choro fácil e tantos outros sintomas que vão corroendo e desgastando a vida.
A depressão no adulto tende a resultar de uma interação entre as experiências negativas e a forma como o indivíduo as elabora na sua identidade, à medida que cresce, tendo em conta o impacto da realidade atual. A reação aos acontecimentos são interpretados à luz das experiências adversas, ou segundo uma acumulação de experiências/stressores, ao longo do tempo, principalmente com a família-de-origem. A acumulação de adversidades tornam o indivíduo menos resistente, isto é, o indivíduo torna-se mais vulnerável por ter estado exposto a adversidades.
A depressão é uma das doenças psiquiátricas mais frequentes. Pensa-se que uma em cada quatro mulheres e um em cada dez homens, podem vir a ter crises depressivas durante a sua vida.
A doença depressiva é reconhecida quando se manifestam alguns dos seguintes sintomas: sentimentos de tristeza e de vazio; perda de interesse e prazer nas atividades diárias; diminuição da energia, fadiga e lentidão; irritabilidade, tensão ou agitação; sensações de aflição, preocupação com tudo, receios infundados, insegurança e medos; perturbação do apetite (com ou sem variação de peso); perturbação do sono; perturbação do desejo sexual; pessimismo e perda de esperança; sentimentos de culpa, de auto desvalorização e ruína; alterações da concentração, memória e raciocínio; sintomas físicos não devidos a outra doença (por exemplo, dores de cabeça, perturbações digestivas, dor crónica, mal-estar geral) e/ou ideias de morte e tentativas de suicídio.
A depressão manifesta-se através de um aumento exagerado das sensações diárias que acompanham a tristeza. Trata-se de uma perturbação de humor, de gravidade e duração variáveis, que é frequentemente recorrente e acompanhada por uma variedade de sintomas físicos e mentais, que envolvem o pensamento, os impulsos e a capacidade crítica.
É nas interações com o mundo e pelas relações interpessoais que o indivíduo se constrói, desenvolve e altera, tornando-se resiliente ou vulnerável à depressão, ou seja, a vulnerabilidade à depressão não é um conceito rígido e imutável, mas sim alterável, consoante as experiências intra e interpessoais que cada um de nós vive, enfrenta ou procura.
Lembre-se: a depressão trata-se de uma doença por que muitas outras pessoas já passaram e que acabará por melhorar, mesmo que neste momento lhe pareça o contrário.
SE considerar necessário não deixe de procurar ajuda!
Tânia da Cunha
Psicóloga Clínica/Psicoterapeuta
Tlm: 96 756 44 20
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