Pode-se evitar a vida mas nunca escapar-lhe
Vou convidá-lo que imagine uma tartaruga… o que é que lhe vem à cabeça? A carapaça, é claro! Quando a vida se torna intempestiva para as tartarugas, estas resguardam-se nas suas carapaças e aguardam pela bonança. É verdade que os seres humanos não têm carapaças, no entanto muitas vezes agem como se tivessem.
As experiências de tartaruga têm uma coisa em comum: proporcionar o afastamento de algum aspecto da vida onde sente perda de controle e uma vez na sua carapaça, sentir-se-á protegido e seguro. Assim, o comportamento de tartaruga é definido não por aquilo que está a fazer mas pela razão por que está a fazer. Ninguém constrói uma carapaça perfeita!
O comportamento de tartaruga é simplesmente qualquer comportamento que lhe permite afastar-se da vida em vez de tratar da vida. Claro que um pouco de comportamento de tartaruga pode ser perfeitamente adaptativo e necessário. Saiba que com moderação não o vai prejudicar. Torna-se preocupante só quando é utilizado como estratégia permanente na tentativa de controlar a vida.
Tome nota que o comportamento de tartaruga, além de provocar ansiedade e depressão, tem tendência a criar um hábito. Quanto mais se acostumar à sua carapaça, mais difícil se torna arriscar a sair dela.
Para considerar um comportamento como carapaça verifique se ele constitui uma tentativa de evitar algum aspecto da vida e sentir-se com mais controle. Como regra geral qualquer comportamento excessivo deve ser questionado como possível desvio ou fuga da vida.
Tânia da Cunha