Quem tem medo do Lobo Mau?

A perturbação de pânico é caracterizada por episódios recorrentes e inesperados de ansiedade grave (ataques de pânico), apresentando vários graus de ansiedade antecipatória entre os ataques. Entende-se por ataques de pânico períodos breves de medo ou desconforto intenso, acompanhados de vários sintomas físicos e psíquicos de ansiedade, tais como: Palpitações; Suores; Tremores; Dispneia; Sufocação; Dor no peito; Náusea ou mal-estar abdominal; Tonturas; Despersonalização (sentir-se desligado de si próprio) ou Desrealização (sensações de irrealidade); Medo de se descontrolar ou enlouquecer; Medo de morrer; Parestesias (dormências ou formigueiros); Sensação de calor ou frio.
O contacto com o medo pode despoletar recordações de sentimentos de desprotecção e desamparo. O medo manifesta-se perante um perigo físico imediato concreto. Pode gerar estratégias de evitamento ou de fuga que permitem evitar ou fugir de uma ameaça real.
Algumas vezes interiorizamos medos acerca de coisas, que não deveriam produzir em nós tal efeito. Muitos desses medos de nada serve e só atrapalham a vida. O trabalho terapêutico com os medos pode passar por o desvendar um rosto ao medo, identificá-lo, ainda que possa sentir uma vulnerabilidade indesejável ou até mesmo refém dos seus fantasmas. Um medo sem rosto tem a capacidade de nos paralisar e confundir.
Na presença de um terapeuta é possível redimensionar a experiência do medo, correndo o risco de entrar em contacto com esta emoção inevitável. Este trabalho implica deparar-se com algumas estratégias de sobrevivência inadequadas actualizando-as no aqui e agora da sua vida.
Tânia da Cunha