Aprecie a sua própria companhia!
Sabia que a solidão real resulta de nos abandonarmos a nós mesmos e de não sermos quem realmente somos? É comum pensar-se que quando se está com alguém, quando os outros estão a interagir connosco, a solidão se dissolve. Tome nota que, embora o nosso sentimento de solidão fique temporariamente mascarado nos momentos em que nos sentimos perto de alguém, é importante aprender a diferença entre solidão e o estar só.
O sentimento de solidão merece toda a nossa atenção, pelo que, na tentativa de determinar como será possível dar a volta e conviver o melhor que possa com este sentimento, deixo-vos algumas reflexões a considerar:
– Não precisamos forçosamente de outras pessoas para sentir alegria – procure desfrutar de experiências que realiza sozinho. Claro que, também poderá sentir prazer em partilhar alguns desses momentos com outras pessoas, mas tente não considerar que essas experiências são menos válidas se forem vivenciadas sozinho.
– Elabore uma lista de coisas de que gosta de fazer e construa uma nova estrutura da sua vida. Se por exemplo, manteve um relacionamento prolongado que acabou recentemente, ou os seus filhos acabaram de sair de casa, é possível que sinta solidão ao ver a sua rotina alterada. Este vazio pode ser preenchido com novas atividades.
– Se não fizer pequenos esforços pode passar na realidade a achar a sua companhia bastante desagradável, valorize a sua própria companhia! Se estiver com outra pessoa é possível que queira preparar uma refeição elaborada e requintada, mas se estiver sozinho aquece apenas um prato rápido para comer diante da televisão ou computador. Deste modo, está a indicar a si mesmo que não é digno de tanto trabalho e tempo, e só o tempo que despende para os outros é valorizado.
O processo de psicoterapia e o desenvolvimento pessoal possibilita a aprendizagem de tornarmo-nos inteiros e completos em nós mesmos, livres para estarmos com ou sem um companheiro, livres para dependermos de nós mesmos, para sabermos quem somos, para não termos a necessidade de ser conduzidos pelos outros, mas caminharmos livremente com as nossas vontades e o que nos vai fazendo sentido. Quando conseguimos ser companheiros de nós próprios, as relações transformam-se em aventuras, e não em algo a que nos agarramos para podermos sobreviver.