A perturbação obsessivo-compulsiva na infância e adolescência
A perturbação obsessivo-compulsiva abarca vários problemas para a vida das crianças e adolescentes que sofrem desta patologia, sendo que apresentam perdas na capacidade de desempenhar adequadamente as suas funções na escola, na sociedade e em casa.
Sabemos que, o desenvolvimento dos sintomas na infância pode resultar da interacção entre predisposição hereditária e várias variáveis psicológicas, sendo que as atitudes parentais de controlo ou autoridade, geram pressão e stress na criança, o que pode em alguns casos contribuir para o aparecimento dos sintomas.
Nas crianças, as obsessões mais comuns evidenciam-se na contaminação, medo de ferir-se e ferir os outros, bem como na simetria. Já as compulsões mais frequentes prendem-se com os banhos e limpezas excessivas, verificação e ordem. Habitualmente a criança só é encaminhada para o tratamento quando esses comportamentos interferem significativamente no dia-a-dia.
Os motivos que mais frequentemente levam à procura de ajuda é a incapacidade de tomar decisão, excessiva lentidão na leitura, repetição de questões ou gestos, sendo que, pelo contrário, um dos motivos que mais leva ao tardio pedido de ajuda é pensar que os sintomas desaparecerão com o tempo.
O objectivo principal da intervenção psicoterapêutica consiste em ajudar a criança ou adolescente a reconhecer os sinais e comportamentos ansiosos e a usar estes sinais como pontos de partida para implementar estratégias de gestão de ansiedade. Assim, o objectivo crucial é capacitar a criança ou adolescente de estratégias que ajudem permitam a gestão desta ansiedade. A recuperação é gradual e exige esforços continuados, sendo a família um pilar fundamental tanto na intervenção como na prevenção de recaída.