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A Insegurança Na Perturbação Obsessivo Compulsiva

A Insegurança na Perturbação Obsessivo Compulsiva

A Perturbação Obsessivo Compulsiva é caracterizada por: Obsessões (definidas como ideias persistentes associadas a um sentimento penoso e de estranheza, existindo resistência a estas e consciência da sua estranheza. Exemplos de obsessões comuns são: medo da contaminação; medo de acidentes; preocupações religiosas ou sexuais.) e Compulsões (definidas como actos motores irresistíveis que reduzem a ansiedade provocada pelas obsessões, muitas vezes chamados rituais. Exemplos de rituais comuns são: lavagens de mãos repetitivas; verificações excessivas; limpezas ou contagens incessantes). As obsessões e compulsões ocorrem de forma recorrente, causam mal-estar ao indivíduo, ocupam tempo excessivo e interferem com as suas funções sociais e ocupacionais.

Os que sofrem desta perturbação padecem de preocupação ruminante exagerada. O pensamento “Fechei o fogão” pode gerar, para a maior parte de nós, um pouco de preocupação, mas para quem sofre desta doença não é assim tão simples. Pessoas com POC são levadas a ruminar e a ter diante de si as coisas constantemente “Liguei o alarme? Penso que sim mas não consigo lembrar-me. Liguei de facto? Não estou seguro. Lembro-me de ter ido à cozinha. Penso que fui… Talvez não…”

Esta perturbação é conduzida pela insegurança. Doentes com POC relatam frequentemente a incapacidade de confiar em si próprios, nas suas acções ou nos seus pensamentos e ainda nas suas próprias memórias.

As compulsões são uma tentativa para reduzir a ansiedade gerada pelas obsessões. Por exemplo: “Liguei o alarme?”. Esta questão poderia ser seguida de verificação se o alarme estava colocado adequadamente. Infelizmente não pára por aqui… Por causa da desconfiança básica, uma pessoa com POC irá questionar-se vezes sem conta “Estou seguro que o liguei?” e em seguida o alarme irá ser verificado nem uma vez nem duas vezes, mas sim muitas vezes. Quem sofre desta doença obtém algum alívio da ansiedade através das compulsões, mas muito pouca satisfação.

O comportamento obsessivo-compulsivo está intimamente ligado ao comportamento supersticioso. Ambos têm a ver com controlar algum aspecto do comportamento para nos sentirmos com mais controle. Assim, os rituais desta doença podem ser entendidos como tentativas supersticiosas para evitar a insegurança controlando o destino.

Em última análise, importa salientar que quem sofre desta doença não é doido. Eles dir-lhe-ão, que de facto, sabem que as suas compulsões são insustentáveis, mas porque os rituais reduzem a ansiedade acabam por sair reforçados.

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