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Psicoterapia Em Pacientes Com Doença Auto-imune

Psicoterapia em pacientes com doença auto-imune

Tanto quanto se sabe as doenças auto-imunes não são originadas por perturbações psíquicas, muito embora estas alterações possam fazer parte do quadro clínico de algumas delas. Ainda assim, aquilo que se tem constatado é que, ocasionalmente, surge associado ao início da doença auto-imune um acontecimento com um forte impacto emocional.

A ansiedade nas doenças auto-imunes

Uma das primeiras consequências psicológicas das doenças auto-imunes é a ansiedade, que se trata de uma alteração psíquica em que o doente se sente ameaçado por algo que pode ser real ou imaginário. Paradoxalmente, a ansiedade pode ser útil para os doentes, levando-os a procurar apoio. Não é isto, porém, o que se passa mais frequentemente. Pelo contrário, na maior parte das vezes os doentes ansiosos apresentam relutância a aceitar a ideia de que não estão emocionalmente bem, chegando mesmo a recorrerem a diversos médicos à procura do primeiro que lhes assegure não estarem doentes.

A depressão nas doenças auto-imunes

Na sequência e como consequência do desgaste emocional, instala-se a depressão, que é, indiscutivelmente, o maior e o mais frequente problema psíquico destes doentes. A depressão é uma doença caracterizada por pessimismo, desinteresse, tristeza profunda e por uma diminuição intelectual e motora destes doentes, que ficam, frequentemente, inibidos e sem iniciativas. A depressão agrava a dor e a incapacidade funcional.

Podem ainda estar presentes sentimentos de melancolia e tristeza, queixas relacionadas com o aparelho digestivo (falta de apetite, náuseas, dores no estômago, espasmos intestinais, prisão de ventre ou diarreia), o respiratório (sensação de estrangulamento, falta de ar ou aperto do tórax), cardíaco (dores no peito, aceleração dos batimentos cardíacos ou falhas no ritmo cardíaco) ou, ainda, ao nível do aparelho locomotor (dores na coluna vertebral). Estas queixas são mais frequentes em certos períodos do ano (Primavera e Outono) e são normalmente mais intensas durante a manhã, melhorando ao fim da tarde.

Intervenção Psicológica especializada em pacientes com doença auto-imune

No que se refere às questões emocionais dos doentes auto-imunes, não nos podemos esquecer que toda e qualquer rotina diária, é frequentemente acompanhada com dor, algumas vezes, com vivência de alteração da aparência física (imagem corporal), passando pela fadiga e perda de energia anímica, outras vezes, pela diminuição da capacidade funcional e da independência, bem como das repercussões económicas que a doença acarreta. Neste sentido, enaltece-se a necessidade de uma intervenção psicológica ajustada ao quadro clínico que implique a aprendizagem de algumas técnicas de regulação emocional e exercícios de relaxamento, de modo a diminuir os sintomas e o alívio da ansiedade e driblar sintomas depressivos. Não menos importante é a intervenção especializada com foco emocional, bem como a aprendizagem de técnicas de controlo da dor.

1. Métodos e Técnicas de Relaxamento e Regulação Emocional
Aprendizagem de algumas técnicas de regulação emocional e exercícios de relaxamento, de modo a diminuir os sintomas e o alívio da ansiedade. Como exemplos:

– Treino de Relaxamento progressivo – abordagem que consiste em aprender a relaxar grupos específicos de músculos e, simultaneamente, prestar atenção às sensações associadas aos estados de tensão e de relaxamento. O ensino do TRP tem como objetivos primordiais: proporcionar um estado de relaxamento profundo em períodos gradualmente mais curtos e facilitar o controlo do excesso de tensão perante agentes de stress.

– Relaxamento passivo – a aprendizagem deste método facilita a aprendizagem de descontrair os músculos e os pensamentos. Este método consiste em focar diferentes partes do corpo, uma por uma, e libertar qualquer tensão que encontre. Não estão envolvidas quaisquer ações físicas; o relaxamento ocorre em virtude de um processo de pensamento.

– Utilização do sistema respiratório como meio para alcançar o relaxamento e controlo (respiração abdominal).

2. O Trabalho com foco na Emoções
O reconhecimento das emoções é indispensável para um bom funcionamento, conhecê-las é conhecermo-nos e considerar mais elementos para orientar adequadamente a nossa vida.

Porque as emoções e os sentimentos têm uma função importante no que diz respeito ao processo de crescimento algumas sessões são conduzidas com o foco: na consciencialização dos padrões emocionais, o controlo da espontaneidade, na partilha dos sentimentos, na libertação das emoções, bem como na tomada de consciência da forma como se relaciona com os outros.

3. Controlo da Dor
Aprender a controlar a dor, mais do que deixá-la controlá-lo, pode ser uma das coisas mais úteis para se ajudar a sentir melhor. Urge lembrar, que a dor existe para alertar as nossas mentes para o facto de que alguma coisa está errada o nosso corpo.

Tenha presente que, o excesso de actividade pode conduzir à fadiga e a crises. Ainda assim, a falta de actividade pode levar ao tédio, depressão e fraqueza muscular. É crucial aprender a ouvir o seu corpo e planear o seu dia, de forma que tenha a quantidade de actividade e descanso que lhe convém. Sintonize-se nos ritmos do seu corpo e planei o seu dia de acordo com eles.

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