Inspire… Expire…
Alguma vez notou que a sua respiração muda em função dos seus humores , curta e superficial quando estamos tensos ou zangados, mais rápida quando estamos agitados e irrequietos, lenta e profunda quando estamos felizes, e quase desaparecendo quando estamos com medo?
A respiração está connosco em todos os momentos. Pode ser usada como uma ferramenta, como uma âncora, para trazer estabilidade ao corpo e mente quando escolhemos dar-lhe atenção deliberadamente.
A maior parte das vezes, não estamos em contacto com a nossa respiração , ela permanece activa, mas esquecida. Assim, uma das primeiras coisas que pode ser sugerido no processo de psicoterapia é entrarmos em contacto com a respiração. Passamos a notar como o acto de respirar muda consoante o nosso humor, os nossos pensamentos e os nossos movimentos corporais. Não temos de controlar a respiração. Apenas notá-la e conhecê-la, como uma “amiga”. Tudo o que é necessário é observar, dar atenção e sentir a respiração de uma forma interessada, mas relaxadamente.
Com a continuidade deste trabalho de atenção à respiração, tornamo-nos mais conscientes da nossa respiração. Podemos utilizá-la para dirigirmos a nossa atenção para diferentes aspectos das nossas vidas. Por exemplo, para relaxar músculos que se encontrem tensos, ou focarmo-nos numa situação que requer atenção. A respiração pode também ser utilizada para ajudar a lidar com dor, raiva, nas relações ou no stress da nossa vida diária.
Convido-o agora a experimentar:
Instale-se numa posição confortável, deixe que os seus olhos se fechem levemente, e sintonize-se com a respiração.
Coloque uma mão no abdómen e a outra no peito. Respire lentamente pelo nariz permitindo que a mão sobre o abdómen suba. O seu tórax deve mover-se somente um pouco. Deixe-se ficar neste movimento e repouse a atenção na respiração.
Agora, gradualmente, prolongue cada expiração encontrando a sua própria cadência e ritmo.
De vez em quando, é natural que a mente vagueie para longe da respiração. É o que as mentes fazem. Quando notar, reconheça-o gentilmente, reparando para onde foi a mente e traga-a de volta para a respiração.
No final do exercício percorra o corpo com atenção para verificar se há alguns sinais de tensão. Compare como se sente neste momento, em relação ao modo como se sentia no início.
“A respiração faz abrir uma possibilidade diferente: a de permitir que a vida se viva a si própria durante uns momentos, a de ver qual é a sabedoria que emerge quando não se vai a correr “compor as coisas”.