Como está o seu termostato de sensibilidade à culpa?
É sensível à culpa? Os pais e outras figuras de autoridade desempenham um papel crucial na nossa perceção do que é bom e do que é mal, por outras palavras, facilitam o desenvolvimento do nosso sentido moral. Vejam por exemplo como as crianças ou aprendem a refrear os seus desejos primitivos ou aprendem a viver numa tensão constante com pais zangados e desapontados (“Se não parares com isso, a mãe ficará muito zangada”). Neste sentido, surge a necessidade de um mecanismo interno para nos disciplinar, um mecanismo que nos estimule a fazermos as coisas certas. Este mecanismo é a culpa.
Alguns de nós são muito sensíveis à culpa, enquanto outros esquecem com facilidade as suas transgressões, embora possam ser “eficientes” a apontá-los aos outros. Assim, cada um de nós está equipado com uma espécie de termostato de culpa. Para alguns o termostato tem uma escala baixa que permite detetar a culpa facilmente (sensíveis à culpa). Ao contrário, outros têm um padrão tão alto que parecem “cegos” aos prejuízos que os seus comportamentos impõem.
Mas afinal, o que é a culpa? No essencial, a culpa é o sentimento de remorso e de perda de controlo que acontece sempre que fazemos algo errado. Ainda assim, a culpa não está reservada simplesmente para aquelas coisas que fazemos mal. Não fazer algo pode provocar culpa também. Pode sentir-se culpado a respeito de um erro irrefletido e não intencional como a propósito de um erro premeditado.
Deixo-lhe algumas expressões comuns de culpa:
Culpa existencial – ocorre quando se sente culpado de quem é, do que faz ou porque caminho segue na vida – tal como não viver de acordo com alguma expectativa ideal, sentir-se preguiçoso, ou desistir.
Culpa por omissão – surge quando não consegue fazer aquilo que sente que é correto. Exemplos disso podem ser: desprezar o apelo de ajuda de um amigo, esquecer um aniversário de alguém importante para si, ou não trabalhar o melhor que pode.
Culpa por atuação – tal ocorre quando é conduzido por objetivos egoístas a fazer algo que vem a lamentar. Enganar, mentir, ferir alguém ou fingir uma doença para se isentar a uma obrigação.
Culpa por fantasia ou pensamento – emerge quando tem pensamentos ou fantasias incongruentes com os seus valores morais. Pensamentos de vigarização, roubo, prejuízo de outrem ou comportamento anti-social podem todos despoletar sentimentos intensos de culpa.
Culpa por comparação – comparando-se com os outros sente que tem demasiado. Umas férias, herança de dinheiro ou ver alguém ser lar fá-lo sentir-se culpado sobre a facilidade de ter tais coisas.
Como está o seu termostato de sensibilidade à culpa?