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A Função Das Emoções

A função das emoções

As emoções permitem-nos a orientação no confronto com o meio ambiente e levam-nos ao encontro de certas pessoas, objectos, estratégias de ação e ideias, enquanto ao mesmo tempo nos podem afastar de outras.

Algumas das nossas emoções básicas são padrões inatos, que nascem connosco e não requerem aprendizagem. No entanto, a expressão ou a inibição das emoções, tanto na infância como na vida adulta, depende do desenvolvimento cognitivo de cada um de nós, bem como do contexto cultural em que vivemos. Podem estar ligadas tanto a comportamentos considerados “normais” como a manifestações anómalas de comportamento.

Sabemos que as emoções têm uma grande importância no desenvolvimento de uma personalidade saudável, da competência social e do eventual aparecimento de psicopatologia. As emoções são extremamente importantes numa perspectiva biológica, psicológica e social:

  • Sob o ponto de vista biológico induzem modificações corporais. Quando ocorrem, alteram o traçado electroencefalográfico, a tensão dos músculos, a activação do sistema nervoso vegetativo e certas secreções hormonais, nomeadamente da adrenalina, da insulina, dos corticosteróides e da tiroxina.
  • Numa perspectiva psicológica modificam características intelectuais, entre as quais se contam a percepção, o pensamento, a memória, a atenção, a capacidade de concentração, a consciência crítica ou as fantasias.
  • Sob o ponto de vista social, desempenham um papel muito significativo na motivação humana. Podem influenciar aspectos muito variados que vão desde a personalidade, às relações sociais, ao maior ou menor empenho num curso profissional, à vida sexual, à ascensão numa carreira ou à própria maneira de viver.

Alguns investigadores, propõem como emoções básicas a alegria, a tristeza, a ira e o medo.

A alegria é a emoção ou o humor do alcance dos subobjetivos, de se estar envolvido no que se está a fazer. A alegria estimula as pessoas a tentarem alcançar objetivos mais elevados, bem como a continuar o que estão a fazer e a resistir à mudança para outro estado. Quando felizes, somos igualmente mais úteis e cooperativos. Algumas actividades meramente para as gozar – os jogos, as férias, a leitura de romances, as conversas. Não se trata de que durante tais actividades estejam ausentes; antes, envolvem-nos de forma feliz no que estamos a fazer, sem distracções, e somos capazes de lidar facilmente com o que acontece à medida que ocorre.

A tristeza é o oposto da alegria. É a emoção de perder um objetivo ou papel social e de saber que não pode ser reintroduzido. Em comparação com o medo, que olha em direcção ao futuro, a tristeza olha em direcção ao passado. Em comparação com a ira, há a resignação acerca do acontecimento que a causou, em vez de se armar contra ela. Está relacionada com o desgosto, com a depressão, ao remorso, ao arrependimento, implicando alguma reorientação interna. Na tristeza, concentramo-nos no eu e reavaliamo-nos a nós próprios em relação ao que aconteceu.

A ira é a emoção de nos afirmarmos a nós mesmos na dominância. Geralmente é a emoção da frustração com alguma coisa que estamos a tentar fazer ou com alguém que nos impede ou mostra falta de consideração. Se um objectivo que é obstruído parece que pode ser retomado, a ira faz-nos ficar agressivos e vingativos.

O medo é a emoção do perigo antecipado. Com uma ameaça no meio, um conflito entre os nossos próprios objectivos ou uma falta de recursos, o medo prepara o sistema para um modo de prontidão para lidar com o perigo; promove a vigilância relativamente ao evento temido e monopoliza a atenção.

Pensamos no medo como algo altamente desagradável – e com efeito as pessoas que sofrem de medo nos ataques de pânico por vezes dizem que este sentimento é pior do que qualquer outra experiência. Ainda assim, não significa que é disfuncional. À semelhança da dor que funciona para proteger o corpo de maiores lesões, a sensação de intenso desagrado e exclusão de outras questões significa que o assunto é importante.

As emoções encontram-se no centro de todo o processo psicoterapêutico porque se afiguram os nossos objectivos ou preocupações, incluindo preocupações dos aspectos mais profundos de nós mesmos. E, na psicoterapia, é frequentemente possível realizar novos começos com algumas das preocupações que são mais importantes para nós.

Em jeito de conclusão, a psicoterapia:

  • Permite que experimente as emoções como ocorrem nas apreciações primárias, em vez de as negar, distorcer ou suprimir;
  • Facilita a aquisição de aptidões que promovem mudanças relacionais;
  • Promove o desenvolvimento de competências de gestão emocional, de conflitos e de stress;
  • E possibilita o desenvolvimento de competências relacionais a diferentes contextos.
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